A artrose de joelho é uma das condições musculoesqueléticas mais comuns na prática clínica e representa uma das principais causas de dor, rigidez e limitação funcional em adultos e idosos.
Em meio às diferentes abordagens terapêuticas, o exercício permanece como a intervenção com maior evidência científica, tanto para reduzir sintomas quanto para melhorar a qualidade de vida.
No entanto, para que o exercício realmente funcione, ele precisa ser prescrito com precisão, respeitando a capacidade atual do paciente e considerando fatores como força, mobilidade, tolerância à carga e objetivo funcional. É aqui que entra a importância de uma avaliação criteriosa e de protocolos bem estruturados..
Indice
Por que exercícios são fundamentais no tratamento da artrose de joelho
A artrose não é apenas um desgaste articular; ela envolve alterações estruturais, inflamação de baixo grau, perda de força e mudanças no padrão de movimento. Por isso, o exercício é tão efetivo: ele atua em todos esses fatores ao mesmo tempo.
Fortalecer MMII, principalmente quadríceps, glúteos e isquiotibiais, reduz a sobrecarga no joelho, melhora a distribuição de forças, diminui a dor e aumenta a estabilidade durante atividades funcionais como caminhar, subir escadas e se levantar da cadeira.
Além disso, exercícios adequados ajudam a melhorar a lubrificação articular, aumentar a resistência muscular e favorecer a biomecânica global.
Quais exercícios realmente funcionam para artrose de joelho?
Existem três grandes grupos de exercícios que apresentam forte evidência para artrose: fortalecimento, exercícios funcionais e mobilidade. Cada um age em aspectos distintos e deve ser inserido de forma estratégica no plano de cuidado.
1. Fortalecimento muscular (a base do tratamento)
O fortalecimento é o pilar principal e deve ser progressivo, começando com cargas leves a moderadas e avançando conforme a tolerância e capacidade.
Os grupos mais importantes:
- Quadríceps: redução significativa de dor e melhora na função.
- Glúteo médio e máximo: estabilização do joelho e controle de valgo dinâmico.
- Isquiotibiais: equilíbrio muscular e proteção posterior.
- Panturrilha: impacto direto na marcha e na absorção de carga.
Exemplos de exercícios eficazes:
- Elevação de quadril
- Agachamento a ¼ ou ½, conforme tolerância
- Extensão de joelho isométrica ou com resistência
- Ponte unilateral
- Step-ups e mini-agachamentos
Quanto melhor a força, mais eficiente é o controle articular.
2. Exercícios funcionais
Esses exercícios simulam atividades do dia a dia e são essenciais para devolver autonomia e confiança ao paciente.
Incluem:
- Sentar e levantar da cadeira
- Subida e descida de degraus
- Caminhada progressiva
- Treinos de mudança de direção
- Exercícios de equilíbrio (unipodal, apoio instável, deslocamentos)
Eles aumentam a capacidade cardiorrespiratória, melhoram padrões de movimento e reduzem o medo de se mover, um dos grandes vilões da artrose.
3. Mobilidade e amplitude de movimento
A rigidez articular é um dos sintomas que mais limitam o paciente. Movimentos de mobilidade ajudam a manter a articulação funcional e aliviar desconforto.
Opções recomendadas:
- Mobilização de patela
- Alongamento leve de isquiotibiais
- Mobilidade de tornozelo
- Flexoextensão ativa de joelho
É importante evitar alongamentos intensos nas fases de maior dor. O foco deve ser progressão suave e constante.
Veja também: dores no joelho: principais causas e como tratar
Como saber qual exercício é adequado para cada paciente?
A escolha dos exercícios não deve ser baseada apenas na experiência clínica — mas em dados objetivos.
Pacientes com artrose apresentam níveis diferentes de força, tolerância à carga e padrões de movimento. Por isso, medir força muscular é indispensável.
Com uma avaliação precisa, o profissional consegue:
- identificar desequilíbrios entre MMII;
- quantificar déficits reais de quadríceps e glúteos;
- ajustar a carga com segurança;
- prever tempo de resposta ao tratamento;
- acompanhar evolução com números;
- individualizar o protocolo com muito mais clareza.
Sem esse diagnóstico preciso, a prescrição tende a ser genérica e o resultado, limitado.
Erros comuns na prescrição de exercícios para artrose
Mesmo profissionais experientes podem cometer erros que atrasam a evolução:
- usar apenas exercícios leves, sem progressão clara;
- evitar carga por medo de piorar a dor;
- não medir força antes de prescrever;
- focar apenas no quadríceps e ignorar glúteos e tronco;
- não registrar a evolução de forma objetiva.
A ciência é clara: progressão bem estruturada e carga adequada são essenciais.
Quando o exercício deve ser ajustado ou pausado
Embora exercícios sejam seguros para artrose, alguns sinais pedem atenção:
- aumento persistente de dor por mais de 48 horas;
- incapacidade funcional crescente;
- sensação de instabilidade;
- edema excessivo após o treino.
Nesses casos, ajustes de volume, intensidade ou posição são suficientes na maioria das vezes. Interrupção total raramente é necessária.
Veja também: Dor no nervo atrás do joelho: causas, avaliação e condutas
Conclusão: exercício certo, na dose certa, para o paciente certo
A artrose de joelho não precisa ser sinônimo de limitação. Com exercício bem prescrito, baseado em dados e adaptado à realidade de cada paciente, é possível reduzir dor, melhorar mobilidade e restaurar autonomia, mesmo em quadros avançados.
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