Rompimento de Ligamento: Avaliação, Tratamento e Reabilitação

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O rompimento de ligamento, especialmente do Ligamento Cruzado Anterior (LCA), é uma das principais causas de afastamento esportivo e de limitações funcionais no joelho. Estima-se que ocorram entre 150.000 e 200.000 lesões de LCA anualmente nos EUA, sendo cerca de 95.000 rupturas completas, números que evidenciam a magnitude deste problema na medicina esportiva mundial.

Para o profissional da saúde do movimento, conduzir esse paciente desde a avaliação inicial até o retorno seguro ao esporte exige conhecimento técnico, compreensão biomecânica e, sobretudo, decisões baseadas em dados objetivos.

Anatomia e Biomecânica dos Ligamentos

Os ligamentos são estabilizadores passivos que conectam osso a osso e limitam a amplitude de movimento articular. Sua composição rica em colágeno tipo I confere resistência e elasticidade.

O LCA suporta forças entre 2.000-2.160 N antes de se romper, mas sua vulnerabilidade aumenta conforme fatores como idade, sexo, nível de atividade física e predisposição genética.

Classificação e Mecanismos de Lesão

  • Grau I (entorse leve): ocorre estiramento sem ruptura significativa. Os sintomas incluem dor leve, pouco edema e preservação da estabilidade articular. A recuperação costuma levar de duas a quatro semanas.
  • Grau II (entorse moderada): envolve ruptura parcial das fibras ligamentares, resultando em instabilidade leve a moderada. O quadro clínico inclui dor intensa, edema e limitação funcional. A reabilitação pode durar de quatro a oito semanas.
  • Grau III (ruptura completa): caracteriza-se por instabilidade articular severa. Na maioria dos casos, especialmente em atletas, a cirurgia é necessária. A recuperação pode ultrapassar seis meses.

Os mecanismos de lesão podem ser traumáticos, como quedas e colisões, ou não traumáticos, como mudanças bruscas de direção, desaceleração e aterrissagem inadequada. Importante destacar que as mulheres têm risco de ruptura do LCA quatro a seis vezes maior devido a fatores hormonais, neuromusculares e anatômicos.

Avaliação Clínica e Diagnóstica

História e Exame Físico

Pacientes com ruptura ligamentar relatam frequentemente a sensação de “estalo” ou “pop” no momento da lesão.
Entre os principais testes físicos destacam-se:

  • Teste de Lachman, com sensibilidade superior a 90%, realizado com o joelho flexionado a 20-30°.
  • Teste da gaveta anterior, que complementa a avaliação, aplicado com flexão de 90°.
Métodos de Imagem
  • Ressonância magnética (RM): considerada o padrão-ouro, com sensibilidade acima de 95%.
  • Ultrassonografia: útil para ligamentos superficiais e permite avaliação dinâmica em tempo real.
Dinamometria Isométrica: Avanço Tecnológico
  • Quantificação exata da força muscular.
  • Detecção de assimetrias sutis, muitas vezes imperceptíveis clinicamente.
  • Monitoramento longitudinal da evolução terapêutica.
  • Identificação de desequilíbrios musculares e padrões compensatórios.

Reabilitação do Rompimento de Ligamento

Fases de Cicatrização

O processo de recuperação passa por três fases:

  1. Inflamatória: de zero a 72 horas.
  2. Proliferativa: entre três dias e seis semanas.
  3. Remodelação: de seis semanas até seis meses ou mais.
Protocolo Progressivo
  • 0 a 2 semanas: foco no protocolo PEACE & LOVE, com controle da dor e do edema, mobilização precoce e exercícios leves dentro da amplitude indolor.
  • 2 a 6 semanas: restauração da amplitude de movimento com exercícios ativos assistidos e fortalecimento isométrico inicial.
  • 6 a 12 semanas: fortalecimento progressivo em cadeia cinética fechada (agachamentos, step-ups, lunges), acompanhado por dinamometria para monitoramento preciso.
Treinamento Proprioceptivo

A propriocepção, frequentemente comprometida, deve ser retomada com exercícios de apoio unipodal em superfícies estáveis, evoluindo gradualmente para instáveis e adicionando desafios cognitivos.

Critérios de Retorno ao Esporte

O retorno as práticas esportivas, deve ser baseado em critérios objetivos:

  • Testes de salto (single hop, triple hop, crossover hop, 6m hop): simetria maior que 90% entre os membros.
  • Dinamometria isométrica: quadríceps com pelo menos 90% da força do membro contralateral e relação isquiotibiais/quadríceps em torno de 60%.
  • Testes de agilidade: como T-test e Illinois agility test, além de gestos específicos do esporte praticado.

Prevenção e Monitoramento

Programas como FIFA 11+ e PEP reduzem o risco de novas lesões em até 50%.

A tecnologia Kinology potencializa a prevenção com:

  • Avaliação pré-temporada para identificar déficits antes que se tornem lesões.
  • Monitoramento de carga muscular em períodos de treino intenso.
  • Detecção precoce de fadiga por meio da análise de queda de força.

Considerações Especiais

  • Atletas adolescentes: necessitam de técnicas cirúrgicas que respeitem as placas de crescimento. A dinamometria auxilia no acompanhamento seguro da progressão.
  • Atletas veteranos: apresentam menor capacidade de cicatrização e risco aumentado de lesões associadas. Nestes casos, abordagens conservadoras são preferíveis, sempre guiadas por dados objetivos.

Perspectivas Futuras

A medicina regenerativa, por meio de terapias como PRP, células-tronco e bioengenharia, mostra-se promissora. Quando combinada à dinamometria isométrica, pode oferecer resultados ainda mais consistentes na reabilitação ligamentar.

Conclusão

O rompimento de ligamento já não é tratado apenas com protocolos tradicionais. Hoje, a prática clínica é potencializada por dados objetivos, capazes de guiar cada etapa da reabilitação.

A dinamometria isométrica da Kinology é um recurso essencial tanto para prevenção quanto para reabilitação, permitindo maior segurança e precisão no retorno ao esporte.

Perguntas Frequentes (FAQ)

1. Quanto tempo leva para recuperar um rompimento de ligamento?
O tempo varia de duas semanas (grau I) até 12 meses (grau III com cirurgia), dependendo da gravidade e do tipo de tratamento.

2. Qual exame é mais indicado para diagnosticar lesão do LCA?
A ressonância magnética é o exame padrão-ouro, com sensibilidade superior a 95%.

3. Quando a cirurgia é necessária?
Em rupturas completas, especialmente em atletas ou pacientes que mantêm instabilidade mesmo após tratamento conservador.

4. Como a dinamometria ajuda na reabilitação?
Ela mede a força muscular de forma objetiva, identifica assimetrias e acompanha a evolução, permitindo um retorno mais seguro ao esporte.

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